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Consideração em meio a desconsiderações, imagem editada do que não se permite ser.

sábado, 1 de setembro de 2012

O anjo mais velho. ♥


Deus te abençoe...
"Deus te abençoe" à cada conversa, "Deus te abençoe" à cada riso, "Deus te abençoe" a cada lágrima chorada no seu colo, a cada segredo dito e vivido.
Deus nos abençoou no seu 'sim' ao sacramento que nos uniu pra sempre.
Deus nos abençoou na sabedoria das palavras que Ele mesmo colocava na sua boca...
Palavras que nos orientavam, que nos construíam, que nos faziam rir ainda que chorando, palavras que nos amavam e que nos faziam mais mulheres.
Família sacramentada, apresentada à Deus e lapidada pelas mãos sagradas de Maria.
Num agradecimento breve, você disse: "Obrigado por me dar a oportunidade de ser pai"...e eu me calei.
Pensei que por não saber o que dizer, mas agora percebo que de fato não poderia responder a tal agradecimento.
Não fomos nós as criadoras dessa oportunidade... Ainda que o convite tenha sido feito por nossas bocas, foi Deus quem despertou esse desejo em nossos corações.
Previamente a decisão não possuía sentido algum pra mim e pra Yasmin... acredito que pra você também não, afinal, pouquíssimo sabíamos uns dos outros.
Mas você quis aceitar essa nova missão, você buscou nos conhecer, compreendendo cada marca que a vida já tinha nos deixado em poucos anos de vida, conheceu nossas cicatrizes rasas e absolutamente profundas, e quis concertar tudo que havia de errado.
Surgiu então o amor, além das minhas expectativas... Confesso.
Manifestando a cada ação, você apresentava o amor com o qual Deus te enchia, mostrava a beleza de ser família, de se consumir pelo bem do outro. E não queria que isso se limitasse na nossa família agora formada, desejava e insistia sempre, pra que fossemos mais amor nas nossas casas, com nossos pais e irmãos, pois conhecia a graça desse amor cultivado entre os mais próximos, a graça do respeito e da admiração, mesmo reconhecendo a humanidade e os inúmeros defeitos do outro.
Quanto aprendemos! E quanto ainda gostaríamos de aprender... Mas que gratidão!
Que alegria por ter tido a graça de tê-lo em nossas vidas! Que alegria por termos sido conduzidas ao sacramento do serviço por você... Servo fiel, escravo de Maria, da Mãe amada.
Mãe que te conduziu aos braços de Deus, daquele que te enviou pra ensinar não só à nós... Mas à todos aqueles que te conheceram, ou que apenas te viram e quiseram experimentar dessa alegria que não saía do seu rosto, por mais dura que fosse a situação que você enfrentava.
Tenho um lado humano demais, que teima em doer e que as vezes se desespera ao pensar que você não está perto o suficiente pra que eu vá ao seu encontro, pra que eu te ligue, desabafe e ouça o seu bom conselho. Um lado que dói demais por não poder te abraçar forte, ganhar um beijo, assistir um filme qualquer, deitada no seu colo, sentindo todo amor e proteção que você me proporcionava.
Mas eu tenho Deus, nós temos Deus... Não precisamos de lamentações e de um sofrimento egoísta.
Tudo o que você viveu, tudo que você enfrentou, foi pra nós ensinar, pra expressar o perdão que vem de Deus, pra provar a força do amor e da oração, pra mostrar quão bom é se desprender do mundo, das coisas que apesar de incríveis, não se equiparam ao que Deus nos oferece.
Foram tão poucos anos, mas sem você eles não teriam tantos frutos.
Sei que além de colher todos eles com a gente, você plantou outras tantas sementes, mesmo sem termos visto. Sei que confia que elas germinaram e produziram tantos outros frutos, prontos à serem compartilhados com pessoas que já estão por perto e com aquelas que ainda virão.
Não vou dizer que "você é o cara, que você é meu herói, que você é meu ídolo ou até supersônico".
Você é neto, filho, irmão, cunhado, afilhado, sobrinho, primo, compadre, amigo, aluno, mestre.
E pra gente, você nunca foi só um padrinho... É pai, um pai à mais, só que tão singular!
Parte do nosso crescimento... O amor da minha vida, o príncipe, o gatão, o gordinho, o neném.
Como eu te disse, nenhuma declaração é necessária quando o outro já sabe tudo...
Mas eu sei que é amor imensurável, que nós te amamos e que somos amadas de um modo ainda mais belo.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A velha infância que cada um carrega dentro de si, tem lá o seu peso, o seu valor.
Ela soa de formas distintas pra cada um que lembranças dela guarda.
Mas não sendo senhores do tempo, entendemos que é necessário crescer.
Os adultos de antes, aqueles seres grandes, que possuem o suposto poder e as muitas obrigações, somos nós.
Entendemos que a visão tida do lado de fora é completamente distorcida.
A busca por maturidade passa a ser incessante, isso toma nosso tempo e muitas das nossas fantasias.
É preciso encarar o espelho com os olhos fixos na imagem atual, no que é a nossa realidade.
Abandonar a imagem da criança no espelho, as suas fragilidades e incapacidades, mas mantendo aquele primeiro 'brilhar' dos nossos olhos. 
Amanda Morato Melo.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Viver, estar aqui... É tão estranho.
Toda minha fragilidade exposta.
No que se baseia a vida?
O que me é permitido sonhar?
Realizar soa tão utópico.
Ser feliz depende apenas de você?
Quais são meus fundamentos maiores?
Onde se encontram os pilares do que eu chamo força?
Será que é permitida a simples passagem de muitos na minha vida?
Todos saíram e simplesmente apagaram as luzes?
Numa pergunta do tipo: "Você tem medo de escuro?", eu disse não.
Tão rápida, não pensei no que seria a escuridão.
Apagar as luzes e permancer ali, na ausência do que os olhos podem ver.
Pensando assim, não, eu não tenho medo.
Mal pensei no que seria o contrário, no que seria e é minha fonte de luz.
O que eu tenho de mais valor, todos os meus tesourosos, são entregues.
Eu quero o maior deles, eu Te quero aqui.
Você permanece, e no Seu coração todos os corações que um dia me hospedaram, são postos.
Seu cuidado é tão maior, tão mais belo.
Minha família, meus amigos, todos meus amores...
Que nenhum deles seja eterno, mas que Seu amor seja eterno em nós.
Amanda Morato Melo.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

  Cara amiga inconstância, considere-se amiga não por uma suposta relação de afeto existente entre nós, mas por aquele velho conselho, sobre manter os inimigos o mais perto possível.
  Por que toma para si os meus?
  Por que assume em suas vidas tamanha proporção?
  Só não te odeio mais que a indiferença que você traz na mala.
  Porque ela sempre é esquecida propositalmente e na sua mala agora vazia, você leva tudo aquilo que foi construído, a minha fonte de risos, a minha essência.
  Você tem poder de destruição, falo de boca e olhos cheios.
  Minha boca se enche de situações e sonhos que você fez desaparecer.
  E meus olhos? Eles apenas funcionam como válvula de escape pra a angústia criada.
  Não tendo escolha eu apenas exijo que não esqueça essa mala num canto qualquer, o conteúdo dela ainda não foi esquecido.
Amanda Morato Melo.

domingo, 10 de julho de 2011

  Visitava alguns lugares frequentemente. 
  Parava e mantinha um mesmo foco. 
  Pensava em como as coisas eram, em como aconteciam pra mim e poderiam estar acontecendo em um outro canto, com uma outra pessoa.
  Me alegrava e me compadecia dessas hipóteses, sem ao menos conhecer todo o contexto envolto nelas.
  Meus pensamentos não tinham começo, nem um fim certo.
  Era incrível notar a 'não ação' do tempo, mesmo com os ponteiros girando e girando, sempre numa constância.
  Ele poderia continuar interferindo ou fazer da sua falta um motivo pra que esses momentos inexistissem, mas ele se calava, mantinha sua função sem que o seu "tic tac" incomodasse.
  Após dar muitas voltas acompanhando a frequencia dos meus pensamentos e o meu acreditar nessas hipóteses, notou que era hora de colaborar pra que de fato acontecessem.
  Fez com que o nosso tempo fosse um só, o universo paralelo se tornou o mesmo.
  Parei de pensar nas hipóteses, mas ainda acredito nelas, acredito no que se passa ao meu lado.
  Não as vivo, mas as vejo e sei que de uma forma ou de outra, faço parte do seu cenário e que você  faz do meu.
  Agora estamos num mesmo universo e ainda não vivemos juntos essas mesmas coisas.
  Mas continuamos acompanhando esse avanço dos ponteiros, que giram e giram, constantes.
Amanda Morato Melo.

sábado, 9 de julho de 2011

  Me envolvo inteira e completamente, no seu olhar, com as suas mãos. 
  Corpos unidos, pensamentos nem tanto.
  Nos afastamos por motivo algum, talvez visando um reecontro.
  Aguardo por sua voz ao telefone, enquanto você se delicía imaginando a minha inquietação, os meus anseios.
  Isso te deixa seguro e me faz impotente, diferenciando assim a essência dos desejos iniciais.
  Até onde eu devo te buscar... ou não devo?
  No tempo em que vivemos isso soa vulgar ou fica clara a busca desse coração embriagado?
  Na realidade, pouco me importa o que todos pensem, desde que você não me julgue, desde que você não me ponha a venda da ilusão. 
  Ao nos unirmos num breve e intenso pulsar, nos sujeitamos a uma ligação onde desejos são correspondidos, sonhos interligados e onde os pensamentos entram em sintonía.
  O seu ou o meu telefone podem uma hora tocar, atender ou não será mais uma escolha, só não perca o som, não tire nada do lugar, não tropece nos fios. 
Amanda Morato Melo.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

  As pessoas recebem algumas fichas no início daquilo que por vezes nomeamos "jogo da vida".
  Fichas são apostadas em negócios, projetos, pessoas e em tudo que acrescentamos como objetivos.
  Como em todo jogo, o importante é sempre vencer, e pra ser ainda mais sincera, a sua participação só tem valor quando ela é usada pra extrair das outras pessoas, que estariam apenas "participando", aquilo que elas tem de útil pra pôr à mesa.
  Há muitas jogadas até alcançar o desejado e nesse percurso estamos sujeitos à apostas fracassadas.
  Nem sempre o dito é real, nem sempre o blefe é o de mais sucesso, nem sempre o sorriso mais bonito é o mais confiável. 
  Devemos então investir naquilo que aparentemente é contrário ao que almejamos?
  Isso também não tá escrito no manual, nem nas letras ilegíveis postas no rodapé.
  É preciso ter audácia de acreditar no que não se vê, no que não foi prometido, no que os olhos insistem em negar. 
  Analisar a essência e todos os mistérios retidos num pobre corpo, em palavras mortais.
Amanda Morato Melo.